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Hoje de manhã quando fui ao facebook não se falava de outra coisa senão na "escandalosa" reportagem da TVI, que passou ontem à noite. Eu, curiosa que sou, fui logo ver a reportagem, que vocês podem ver aqui. Vi do princípio ao fim e sinceramente não consigo perceber o porquê de tanta indignação e o porquê de tanta revolta com o jornalismo da TVI. Eu confesso que não sou fã da TVI e até acho que este canal é uma espécie de Correio da Manhã televisivo, é só escândalos e dramas. Mas neste caso eu, jovem, não me consigo sentir minimamente ofendida e revoltada com esta reportagem. Para quem não viu, a reportagem aborda o tema sexualidade nos jovens. Na reportagem são nos apresentadas cinco raparigas amigas, entre os 17 e os 20 anos, que segundo metade de Portugal estão vestidas de forma provocadora (é tudo muito púdico, eu cá acho que elas estão vestidas de forma normalíssima para quem vai sair à noite). Falam abertamente sobre sexo e sobre o que os homens gostam e querem. É dito que a sexualidade, nos dias de hoje, começa cada vez mais cedo e que os jovens têm cada vez mais parceiros. Nenhuma novidade até agora. Mas parece que os portugueses, em especial os jovens portugueses, não gostaram muito desta generalização. Basta sair uma noite para o Bairro Alto ou para Santos, ou até ir a uma escola secundária ou superior para perceber que o que não falta para aí são raparigas e rapazes com este tipo de comportamentos. Mas não, o povo português ficou todo muito chocado. Queriam era reportagens com jovens que estudam e trabalham, jovens que pagam os seus estudos, jovens responsáveis. Mas essa também não é uma generalização fiel da nossa realidade. Nem todos os jovens estudam e trabalham, nem todos os jovens pagam os seus estudos, nem todos os jovens são responsáveis. Como é óbvio esta reportagem retrata uma parte dos nossos jovens, que por sinal eu acho significativa, mas isso já é outra conversa. Cada um sabe de si e cada um sabe o que é melhor para si. Mais tarde até nos podemos vir a arrepender, mas nós aprendemos é com os erros.
Na reportagem vão também poder conhecer a Ana Carolina, com 15 anos, que faz campanhas publicitárias e usa três quilos de maquilhagem e a Patrícia, com 21 anos, que decidiu colocar implantes mamários. Também aqui não percebo o porquê de tanta revolta nas redes sociais. Eu com certeza não deixaria uma filha minha, com 15 anos, sair para a escola carregada de base, rímel e blush. Acho ridículo. Mas se me sinto revoltada e chocada que isso aconteça? Não! Se os pais da Ana Carolina permitem e se isso a faz feliz, força miúda. Quanto à Patrícia, que resolveu aumentar o peito, também não vejo nenhum problema. Tem 21 anos, ou seja é maior de idade, os pais apoiaram-na nesta decisão e esta cirurgia fê-la sentir-se mais feliz e bonita. Óptimo, é isto que se quer!
Apesar de não ter adorado esta entrevista, do meu de vista podia ter sido muito mais interessante e com muito mais conteúdo, como jovem que sou, não me senti ofendida, nem escandalizada. Também não faço tenções de enviar uma reclamação, nem de ir protestar para as portas da TVI.
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