Maria, quem és tu?

Quando era mais nova adorava o Carnaval. Na verdade qual é a criança que não adora o Carnaval? Qual é a criança que não gosta de se mascarar de princesa, super-herói ou bombeiro e mostrar a bela da fatiota aos amigos? Conhecem alguma? Eu cá não conheço nenhuma. Um mês antes do Carnaval já andava eu a pensar no disfarce que ia usar, na maquilhagem que ia pedir à minha mãe e no desfile que ia fazer com a escola pelas ruas da vila. Era tão bom, tão bom, tão bom, que nesse dia acordar às sete da manhã não era sacrifício nenhum. Hoje em dia não sou grande fã do Carnaval. Quer se dizer, se me convidarem para ir ao Carnaval do Rio ou para um pezinho de dança no sambódromo, eu vou sem pestanejar. Agora o Carnaval de Torres Vedras e de Loures é coisa que não me fascina. Não acho piada, pronto. As matrafonas então nem se fala, confesso até que as acho assustadoras. Mas se me perguntarem se odeio o Carnaval? Claro que não. Há tanta coisa para ser odiada, porquê odiar uma coisa que faz tanta gente feliz e diverte miúdos e graúdos. Quem gosta festeja, quem não gosta não festeja. Quem quer ser matrafona é, quem não quer ser matrafona não é. É simples. Não sendo grande apreciadora do Carnaval, hoje aproveitei para dar uma voltinha por Lisboa com o gatão do meu namorado. À excepção de meia dúzia de crianças mascaradas e uma vaca com quarenta e tal anos a andar de bicicleta, nem sinal de Carnaval pelas ruas de Lisboa. Mas sabem que mais? É tão bom ser turista na nossa cidade. É tão bom passear pelo Rossio, pela Rua Augusta, subir até ao Castelo de São Jorge, beber uma limonada numa das maravilhosas esplanadas do Castelo, descer até ao Miradouro de Santa Catarina, visitar a Sé de Lisboa e terminar a tarde a comer um gelado nos Armazéns do Chiado. Eu tenho tanto jeito para ser turista que vocês nem imaginam. Podia passar o resto da vida nisto. Lisboa tem tantos sítios maravilhosos e monumentos fantásticos para conhecer e nós passamos a vida enfiados em centro comerciais. Hoje só me apetece dizer que LISBOA É LINDA.

O Carnaval já está mesmo a chegar ao fim, mas eu não podia deixar de partilhar esta imagem. Coisinha linda e amorosa.

Hoje fiquei com o carro do meu namorado. Tinha umas quantas coisas para fazer e se fôsse de transportes ainda agora andava por aí. Quando saí de casa ia toda feliz da vida a pensar "Ai que bom, agora é só entrar no carro e pôr-me a andar. Não há cá esperas nem pelo autocarro, nem pelo comboio, nem por nada". Pois que a minha felicidade não durou muito. Por volta das seis e tal da tarde fui buscar o meu namorado ao trabalho e estive parada no trânsito mais de quarenta minutos. QUARENTA MINUTOS!!! Eu já estava completamente desesperada. Verdade seja dita que uma pessoa no carrinho vai toda confortável, a ouvir música e a comer pipocas, só não dá para dormir porque de dez em dez minutos temos que andar com o carro para a frente. Mas bolas, quase uma hora no pára arranca é coisa para deixar qualquer um com os nervos em franja. Naquela altura já só pensava "Meu rico comboio, meu rico autocarro, voltem, estão perdoados." Estive a pouco, muito pouco, de agarrar no passe, abandonar o carro e desatar a correr feita maluca até à paragem de autocarro ou estação de comboio mais próxima. Mas depois lembrei-me que o carro era do meu namorado e ele secalhar não ia achar muita graça à brincadeira. E pronto lá me fui aguentando. Lembrem-me de nos próximos tempos não pedir o carro emprestado ao meu namorado.

Eu bem sei que o meu aniversário foi ontem e que hoje já não tenho direito a pedinchar nada, mas se vocês, almas caridosas, quiserem fazer uma vaquinha, comprar um destes modelitos aqui de baixo e enviar pelo correio, estejam à vontade. Não se prendam por minha causa, prometo cuidar dele com todo o meu amor e carinho.