Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Vamos lá suas riquezas, quero ver tudo a mimar os amigos. Hoje, amanhã, depois de amanhã... porque quem tem amigos, tem tudo. Eu vou só encher os meus de beijos e abraços e volto já.
Ontem a revista Lux publicou na sua página online a carta que Anthony Maslin e Marite Norris, os pais que perderam os três filhos no desastre de avião da Malaysia Airlines, escreveram a relatar a imensa dor que estão a viver. A carta, que pode ser lida aqui, é angustiante e deixa-nos com um verdadeiro nó na garganta. Eu não tenho filhos e não posso sequer imaginar a dor que é perder um filho. Não posso e não quero. Mas tenho pais, tenho avós, tenho namorado e tenho amigos. E doí pensar que um dias eles podem não estar mais aqui comigo. Doí muito.
Há uns dias atrás estava eu falar com o meu namorado sobre as nossas mini-férias pela Costa Vicentina, quando ele me pergunta:
- Sabes do que é que eu gostei menos nas nossas férias?
- Não, do quê?
- Dos momentos em que estava a dormir.
- Hãn, porquê?
- Porque não podia olhar para ti e ver a tua beleza.
Calhou-me na rifa o maior engatatão de sempre. E eu cá não me importo nada.
No domingo passado eu, o meu namorado e um casal amigo fomos até um restaurante simpático em Porto Covo. Tinhamos estado a acampar durante três dias, estávamos esganados de fome e mais cansados do que se tivéssemos corrido a meia maratona de Lisboa. Sim, porque isto de ter uma tenda que se monta em dois segundos é muito bonito e muito prático, o pior é mesmo para desmontá-la. Irra senhores, o que eu suei, quase que mais vale dormir ao relento só para não ter aquela trabalheira toda. Vocês nem imaginam os nomes que eu chamei aquela tenda. Mas estava eu a dizer que estávamos todos com uma fome de leão e fomos até um restaurante com um preço bem fofinho, por sete euros tinhamos direito a entradas, prato principal, café e bebida. Maravilha, nem foi preciso ler mais nada. Sentámo-nos na esplanada e a empregada veio ter connosco:
- Boa-tarde, o que vai ser?
- Feijoada de choco.
- Ahh, feijoada de choco não temos.
- Não têm? Mas é o prato do dia, se não têm deviam riscar da ementa que têm à entrada.
- Não temos agora, mas vamos ter mais tarde.
Realmente que pergunta a nossa, pedir feijoada de choco à uma da tarde. Ninguém pede feijoada de choco à uma da tarde. Ora toda gente sabe que a feijoada de choco só se come lá para as três, quatro da tarde. Que ignorância a nossa.
- Vou querer um gaspacho.
- Gaspacho também não temos, desculpe.
Provavelmente o gaspacho também só chegava lá para as quatro da tarde.
- E o que é que vão beber?
- Vão ser quatro Coca-Colas com gelo e limão.
- Pois, gelo é que não temos.
Nesta altura já só pensávamos que estavámos a ser filmados e que a qualquer momento nos iam dizer "ISTO É PARA OS APANHADOS". Mas não, não fomos apanhados nem vamos aparecer brevemente na televisão. Já a refeição ia a meio quando o meu namorado pede outra Coca-Cola.
- Peço desculpa mas já não temos Coca-Cola.
Realmente já era um abuso da nossa parte estarmos a pedir outra Coca-Cola. Conseguimos as últimas quatro e já foi uma sorte, upa upa. Confesso que nesta altura pensámos seriamente em chamar o gerente do restaurante, mas bem vistas as coisas resolvemos foi ficar caladinhos poque a resposta mais provável seria "desculpem, mas gerente não temos".
É impressionante como os homens nunca ouvem nada do que lhes dizem. IMPRESSIONANTE! E está claro que o meu homem não é excepção. Ontem à noite combinámos que quem levava o carro hoje e quem o ia buscar era eu. Pois que hoje saio de casa toda feliz e contente, vou ter com ele à hora marcada e TAAAUUU, dou com o nariz na porta. Foi qualquer coisa como isto: "Mas onde é que tu estás? Eu estou à porta de tua casa. O quê, mas eu também estou à porta de tua casa. O QUÊ???? MAS O QUE É QUE COMBINÁMOS ONTEM À NOITE?". Eu confesso que nestas alturas me salta a tampa de uma tal maneira, que até eu tenho medo de mim mesma. Verdade que tenho. Pobre namorado o meu que tem que me ouvir nestas alturas, este homem às minhas custas tem um lugar garantido no céu. É certinho.
A tarde não começou da melhor maneira, mas acabou que foi uma beleza. E que bem que se esteve no terraço do Bairro Alto Hotel. É assim qualquer coisa de maravilhoso e tem uma vista de cortar a respiração. Se o hotel é de cinco estrelas, a esplanada no terraço não lhe fica nada atrás. É verdade que os preços não são os mais amigos da carteira, quatro euros e meio por uma coca-cola, dez euros por um gin tónico e onze euros por um daiquiri dá quase vontade de saltar do terraço, mas lá que vale a pena, isso vale. Vão até lá dar uma espreitadela e depois venham-me cá dizer que eu tenho razão.
Eu confesso que ontem, a certa altura do jogo, eu pensei que estava a ver uma sessão de treino entre a Alemanha e o Carcavelinhos. Mas não, era mesmo a selecção canarinha. Vá eu prometo que vou tentar não fazer mais piadas sobre o show dji bola que o Brasil levou ontem. Mas bem vistas as coisas até foi uma bonita homenagem que fizeram ao Neymar, foi ou não foi?
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.