Maria, quem és tu?

Já aqui contei anteriormente que o meu rico namorado me deu as chaves suplentes do carro, caso eu precise. Hoje precisei do carro e lá fui eu buscá-lo. O carro ainda estava a meio quilómetro de distância, mas eu já vinha a ver ao longe a quantidade de publicidade que tinha o para-brisas. Ele é publicidade a colchões, a casas, a carros e sei lá eu mais o quê. Mas isto não é nada! Qual não foi o meu espanto quando vejo um papel branco com a seguinte mensagem, escrita à mão: "As chaves do carro estão na portaria do condomínio". Eu nem queria acreditar. Que o homem é maluco eu já sei, mas que era capaz de deixar as chaves na porta do carro a noite toda, não!! Vá lá, no meio disto tudo ainda teve uma sorte daqui à lua em ter sido uma pessoa honesta a ver as chaves do carro. Com a crise que por aí anda, muitos tinham-lhe chamado um figo. E depois ainda tem a lata de dizer que eu é que sou a memória de peixe desta relação. Até já o estou a imaginar a esquecer-se de aparecer no dia do casamento, ou a perder um filho na rua e chegar a casa como se nada fosse. Não sei se o rife ou se vá a Marrocos trocá-lo por uns quantos camelos.

Não faço ideia de quem seja o senhor, ou a senhora que foi devolver as chaves. Mas venham ter connosco, que nós oferecemos uma jantarada, com direito a marisco e tudo!