Maria, quem és tu?

Hoje sai mais tarde do trabalho do que o habitual e resolvi esperar pelo homem para ir para casa. Esperei, esperei e já estava tão farta de esperar que lhe liguei, ao menos sempre me fazia companhia. Falámos durante uns bons dez, quinze minutos e quando ele chegou descobri que veio sempre com o telemóvel em alta voz e com um amigo do trabalho ao lado. Está claro que quando o amigo saiu do carro só me apeteceu espancá—lo (ao meu homem, claro). Apeteceu—me mas não o fiz, com muita pena minha. Ora ele sabendo que eu sou uma desbocada e uma gozona de todo o tamanho, arrisca ir quase quinze minutos a falar comigo ao telefone em alta voz? Foi uma cena de alto risco, que eu acho que ele nem se apercebeu bem. Vá lá que eu não disse nenhum disparate dos grandes, mas podia ter acontecido e o amigo ficava altamente traumatizado.