Maria, quem és tu?

Hoje calhou-me na rifa ser eu a fazer o jantar. Vai daí resolvi fazer lasanha, que o que apetece mesmo com este calor é uma lasanha quentinha e rica em calorias. Enquanto fazia a lasanha aproveitei para cozer esparguete para levar no dia seguinte para o almoço. Tudo muito bem até aqui. A lasanha ficou uma maravilha, o esparguete outra maravilha ficou (sim, porque isto de fazer esparguete tem que se lhe diga) e vai de meter o esparguete numa caixa em cima da mesa da cozinha. Lá fui eu à minha vidinha, à noite quando chego a casa a minha mãe pergunta-me:

- Que vais almoçar amanhã?
- O esparguete que fiz durante a tarde.
- O quê? Qual esparguete?
- O esparguete que estava aqui em cima da mesa.
- Ahhhhh, eu deitei o esparguete para o lixo, pensei que era o resto do teu almoço.
- O QUÊ? Ai, eu não acredito.

Vocês não sabem, mas a minha mãe é a poupança em pessoa, aliás deve ter sido ela a inventar a palavra. Nunca deita comida fora. Ás vezes sobram duas colheres de arroz e ela guarda numa caixa, não vá dar jeito para outra refeição. Pois hoje deitou fora o meu rico esparguete, feito com tanto amor e carinho. Vá, vamos fazer todos juntos um minuto de silêncio pelo esparguete. Ele merece.