Maria, quem és tu?

Ontem à noite ia eu feliz da vida a passear pelas ruas de Lisboa... Na verdade não ia assim tão feliz da vida que depois daquele jantar indiano, uma pessoa tem é vontade de chorar. E acreditem que eu adoro comida indiana, mas se querem um conselho de amiga não ponham os vossos ricos pezinhos no restaurante indiano do Largo do Carmo, é caro e a comida não vale nada. Mas dizia eu que ia mais ou menos feliz da vida, quando me ponho a olhar feita parva para três amigos que iam no carro, vestidos como se estivessem a caminho do calor do Rio de Janeiro. Enquanto olhava, pensava cá para mim ‘‘bolas, estes ou estão cheios de calor ou não jogam com o baralho todo’’. Tanto olhei que não vi o maldito corrimão plantado no meio do passeio e TAAAAU, foi como se me tivessem dado um murro na barriga, quase fiquei KO. Podia ter sido discreta, pois podia, mas não fui. Soltei um berro involuntário que quase se conseguiu ouvir na Amadora. Está claro que, corada que nem um pimento, lá me pus a milhas de distância do local da desgraça. Mesmo assim ainda tive tempo de olhar para trás e claro, os três amigos riam ás gargalhadas. Quem me manda a mim a ser distraída e ir a olhar para onde não devo? Estou a pensar seriamente em comprar aquelas palas que os burros usam para não olharem para o lado, estão a ver? Assim, não há cá distracções.