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Ontem foi um daqueles dias em que se nos apanhamos em casa sentadinhos no sofá até pensamos que é mentira. E porquê perguntam vocês? Tudo por causa de uma colonoscopia que a minha querida mãe teve que fazer ontem à tarde. É certinho que este mês o prémio de melhor filha já cá canta. O exame estava marcado para as quinze e como tal a minha mãe ainda deu um saltinho ao trabalho, que tirar férias por causa de exames médicos não é com ela. Pois claro que eu é que tive que ir pôr a princesa ao trabalho às sete e meia da manhã, porque a pobre coitada não comia há dois dias e estava a beber um liquido para limpar os intestinos que ‘ai senhores’. Digo-vos eu, que não resisti a provar, que nunca bebi nada tão mau na vida. Não é doloroso, mas lá que é custoso é. Durante a viagem foi o caminho todo a queixar-se que estava maldisposta, enjoada e eu sei lá mais o quê. Chegadas ao trabalho foi um festival de vómito até mais não. Lá conseguiu ir trabalhar da parte da manhã e ao início da tarde fui buscá-la para seguirmos para a Clínica. Já na Clínica e prontinha para se inscrever, descobriu que trazia um papel importante fotocopiado e não o original. Ora sem o papel original não era permitido fazer a inscrição. Ainda fizemos um choradinho pegado, mas sem papel original não havia colonoscopia para ninguém. Lá voltamos nós para casa e qual não é o nosso espanto quando descobrimos que o papel original não estava em casa. Ora bolas, que desgraça. Nesta altura a minha mãe chorava desesperada e eu corria pela casa tal Speedy González à procura do papel perdido. Revirámos a casa ao contrário de uma ponta à outra e nada de papel. Nesta altura o nervosismo já era mais que muito porque se há preparacão para exame que é díficil é este. Voámos para a Clínica com o coração nas mãos e a minha mãe a ver a vida dela a andar para trás. Na Clínica lá nos disseram que neste caso para fazer o exame tinhamos que pagar uma caução de 170 euros e que a totalidade do dinheiro seria devolvida no acto da entrega do papel original. Pois claro que a minha mãe nem pensou duas vezes, a última coisa que ela queria era voltar para casa sem o exame feito e passar novamente por toda a preparação. Feita a inscrição foi chamada ao fim de poucos minutos e lá foi ela feliz da vida fazer a colonoscopia que quase lhe fugiu das mãos. Ao fim de vinte minutos chamaram-me até à sala onde a minha mãe estava a recuperar. Estava meia zonza mas perfeitamente consciente. Nesta altura chega a sala outro senhor, que também tinha feito uma colonoscopia, completamente abananado. Foi um verdadeiro festival de gases, se é que me entendem. A juntar ao barulho o companheiro de quarto ainda dizia que estava a sonhar com a enfermeira e a Angelina Jolie. Sorte a dele. Ora a enfermeira volta para tirar o soro à minha mãe e informar que se pode começar vestir. Pois que nesta altura começam-me a dar uns calores, umas tonturas e pumba apago por momentos. Não me lembro de sair da sala, nem de me sentar na cadeira. Lembro-me de me darem açucar, água, bolachas e de recuperar a forma como se não se tivesse passado nada. Esta tensão baixa dá cabo de mim. E então meus xuxu, foi ou não foi um dia em grande? Colonoscopias, vómitos, papéis perdidos e quebras de tensão à parte vai daqui um beijinho gigante para as enfermeiras e médicas da Clínica de Santo António da Reboleira que foram umas queridas de todo o tamanho.
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